quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Papudiskina - 03 de setembro de 2009
Daniel Oliveira da Paixão

Greve em Cacoal
No ano passado os servidores públicos de Cacoal entraram em greve cobrando basicamente as mesmas reivindicações que cobram hoje e lá estava o vereador do PT, Toninho Masioli, a apoiá-los. A pergunta que todos querem saber agora é: de que lado estará o vereador do PT nessas circunstâncias? A grande verdade é que o PT, quando fora do poder, agia com muito apego aos ideais de solidariedade humana, justiça social, moradia aos desabrigados, melhores condições de trabalho e salário digno. Agora que o PT está no poder, tanto em nível nacional, quanto em nosso município, a pergunta bastante pertinente é: "estarão os petistas com o mesmo entusiasmo e espírito democrático em favor do direito de greve"? A julgar pelo comportamento de alguns integrantes da atual administração a resposta parece ser negativa. Mas devemos lembrar que nem todos os secretários municipais são do partido. Vamos esperar que a cúpula do PT reconheça os seus valores históricos e tratem os grevistas com respeito e estejam atentos às suas justas reivindicações.

Hipocrisia burguesa
Vendo alguns blogs e murais na internet vi algumas manifestações agressivas de burguesas que diziam: "esses grevistas deveriam ter mais o que fazer e parar de mentir. Dizem que ganham 310 reais, mas na verdade, com o auxílio alimentação o ganho real fica entre 600 e 700 reais". Só que quem faz esses comentários, em geral, são portariados que ganham R$ 4.500,00 para passear pelos corredores da prefeitura. Esses tais deveriam colocar a mão a consciência. Afinal de conta, antes da chegada do PT ao poder em Cacoal, esses mesmos petistas defendiam que o salário mínimo capaz de satisfazer as necessidades mais elementares de uma família de 04 pessoas deveria ser de R$ 1.950,00 (ou seja, 4x o valor do atual salário mínimo vigente no país). Dizem que eu sou meio radical, mas é difícil a gente ver tanta hipocrisia e se manter calado. A greve, na realidade, incomoda a todos nós. Eu também estou com lixo acumulado em frente à minha casa mas nem por isso vou ficar dizendo que os grevistas estão fazendo corpo mole. Eu sou pai de família e em minha casa são apenas três pessoas. Mesmo assim, para ter o mínimo, a nossa despesa mensal é de aproximadamente 2.000,00 reais só para custear alimentos e as contas de serviços básicos como energia, água e telefone. Então como é que eu vou por a culpa nesse pessoal que, mesmo com a "generosidade" da Secretaria Municipal de Administração, recebem, salvo raras exceções, menos de mil reais por mês? Gente, vamos parar de hipocrisia. Não podemos culpar os grevistas pelas mazelas de Cacoal. Eles estão apenas fazendo ecoar o seu grito, o seu pedido de socorro, face à covardia com que estão sendo tratados. Não apenas retiraram seus direitos, como também achatam os seus salários e como recompensa ainda aumentaram a carga horária para aqueles que durante vários anos trabalhavam no regime de horário corrido. Os petistas de Cacoal apegam-se ao radicalismo de alguns cidadãos que não compreendem a necessidade do horário corrido e envenenam os populistas com a famosa frase: "se na iniciativa privada todos trabalham 08 horas diárias, por que deveria ser diferente no serviço público"? Por que será que o ser humano, mesmo explorado, gosta de ser tão sádico? Não seria mais inteligente todos na iniciativa privada exigir leis que os igualasse com os servidores públicos na busca de melhores condições? Por que em vez de exigir 08 horas para todos não exigir horário corrido para todos? Infelizmente há muita gente mesquinha que em vez de buscar o melhor querem sempre o pior desde que todos estejam na pior.

Grito dos Excluídos
Nos dois mandatos em que Sueli Aragão esteve à frente da prefeitura de Cacoal, membros do PT (alguns hoje secretários municipais) coordenaram a Marcha dos Excluídos. Militantes do Partido e até vereador petista encabeçavam o movimento. Isto nos leva a ficarmos curiosos em relação a este sete de setembro. Qual será a postura desses valorosos e críticos petistas? Será que a militância petista estará desta vez ao lado dos excluídos, ajudando-los em seu brado contra as injustiças sociais? Vamos esperar e tirarmos as nossas conclusões.

Pastores públicos
Com essa confusão toda no Senado resolvi pesquisar a lista de gente que recebe do Senado. Entre a lista de gente que recebe mensalmente deparei-me com uma situação que me deixou um tanto revoltado. São pastores de algumas igrejas aqui de nossa região (Cacoal, Pimenta Bueno, Rolim de Moura), entre elas a Assembléia de Deus, que recebem do tesouro nacional. Eu sei que a Bíblia ensina que digno é o trabalhador de seu salário. Mas é justamente por isso que eu apoio o fato dos pastores terem um salário mensal. Então, se eles já recebem da Igreja, por que deveriam receber do Senado?. Eu não vou dizer o nome dos figurões que estão recebendo, mas posso garantir que é gente bem conhecida. E não adianta pastor vir me ameaçar de excomunhão como fizeram outras vezes porque essas ameaças não colam mais. Foi-se o tempo que eu vivia cheio de medo de pastores. Não ameacem não porque eu não estou blefando não. Tenho até o email de cada um dos felizardos beneficiários. Bem que os irmãos da Assembléia de Deus cujos pastores recebem altos salários do tesouro nacional deveriam se reunir e cancelar os salários que são pagos a eles. Afinal, se recebem do poder público, porque sangrar os cofres da Igreja ainda mais? Se se dizem tão desapegados a esse mundo terreno, por que tamanho apego ao dinheiro? Obs: os pastores estão recebendo dos cofres do próprio senado. Não estou me referindo ao que recebem dos próprios políticos não. Alguns desses que recebem do Senado, ao que tudo indica, também recebem do governo do Estado e até da Assembléia Legislativa. Pelo menos sei de um que recebe do Senado e cujo filho também recebe dos cofres estaduais.