quarta-feira, 10 de junho de 2009

O estilo Cassol

O presidente do Partido dos Trabalhadores, Tácito Pereira, não gostou nem um pouco de saber que o seu companheiro, deputado estadual Ribamar Araújo, andou defendendo o governador Ivo Cassol, durante pronunciamento feito da tribuna da Assembléia Legislativa.

Em matéria, postada no site Tudorondônia, no dia nove do corrente, às 1749h, Tácito disse não entender os motivos que levaram Araújo a tecer loas ao governador.

É provável que Araújo tenha enxergado em Cassol qualidades que o petismo, por puro radicalismo estéril, teima em não aceitar. Ensina-nos Platão, que ninguém é voluntariamente mal, porque confundimos fazer o que nos agrada com fazer o que queremos.

Tácito afirma, ainda, que o “PT faz uma oposição crítica e transparente” ao governo Cassol. Não é verdade. O PT faz uma oposição radical, rancorosa e destrutiva. É a oposição do quanto pior melhor.

O PT condena a política salarial do governo Cassol, refletida nos baixos salários pagos a profissionais da saúde, por exemplo, mas não move um fio de bigode para desengavetar a proposta de Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde, cujo documento se arrasta há três anos pelos escaninhos da burocracia municipal.

De acordo com a presidenta do Sindeprof, vereador Ellis Regina (PC do B), somente na Procuradoria-Geral do Município, o processo hibernou mais de um ano. Já nem se precisa mencionar os ridículos salários pagos à maioria dos servidores municipais, o que tem resultado em queixas por todos os lados e ameaças de movimento reivindicatório.

Impossível esquecer que, dentre os direitos naturais, a vida é o mais valorizado. Isso judicialmente falando, porque, na prática, não é bem assim, especialmente quando se observam os contracheques de muitos que prestam serviços à prefeitura de Porto Velho.

Não tenho procuração para defender Cassol. Nem ele precisa. Há muita gente competente para realizar essa tarefa, dentro e fora da ALE, inclusive nas hostes do Partido dos Trabalhadores. Tome-se, como exemplo, o deputado petista Ribamar Araújo, que não foi sequer admoestado pelo presidente Tácito, quanto mais punido.

Agora, o que se não pode negar é que Cassol marcou um gol de placa no caso Bom Futuro, deixando os petistas para trás, comendo poeira, principalmente a senadora Fátima Cleide, e os deputados federais Eduardo Valverde e Anselmo de Jesus, além do prefeito de Porto Velho, Roberto “Lento” Sobrinho. E isso, evidentemente, mexeu com o egocentrismo delirante do petismo.

Ao contrário de Sobrinho, que se tem revelado um administrador tímido e vacilante, Cassol não titubeia entre dizer o que pensa e se acovardar. O estilo é do próprio homem, já disse o famoso escritor e naturalista francês Georges-Louis Leclerc, mais conhecido pelo seu título nobiliárquico de Conde de Buffon.

Cassol tem o seu estilo de ser, de agir e de governar, com o qual poucos não concordam, mas que muitos aprovam, tanto que o reconduziram ao governo do estado, e, se brincar, ele acabará ocupando uma cadeira no Senado, deixando Fátima Cleide na rua da amargura, para desespero do petismo, já que a outra vaga será ocupada por Raupp.