
Em matéria, postada no site Tudorondônia, no dia nove do corrente, às 1749h, Tácito disse não entender os motivos que levaram Araújo a tecer loas ao governador.
É provável que Araújo tenha enxergado em Cassol qualidades que o petismo, por puro radicalismo estéril, teima em não aceitar. Ensina-nos Platão, que ninguém é voluntariamente mal, porque confundimos fazer o que nos agrada com fazer o que queremos.
Tácito afirma, ainda, que o “PT faz uma oposição crítica e transparente” ao governo Cassol. Não é verdade. O PT faz uma oposição radical, rancorosa e destrutiva. É a oposição do quanto pior melhor.
O PT condena a política salarial do governo Cassol, refletida nos baixos salários pagos a profissionais da saúde, por exemplo, mas não move um fio de bigode para desengavetar a proposta de Plano de Carreira, Cargos e Vencimentos dos Servidores da Secretaria Municipal de Saúde, cujo documento se arrasta há três anos pelos escaninhos da burocracia municipal.
De acordo com a presidenta do Sindeprof, vereador Ellis Regina (PC do B), somente na Procuradoria-Geral do Município, o processo hibernou mais de um ano. Já nem se precisa mencionar os ridículos salários pagos à maioria dos servidores municipais, o que tem resultado em queixas por todos os lados e ameaças de movimento reivindicatório.
Impossível esquecer que, dentre os direitos naturais, a vida é o mais valorizado. Isso judicialmente falando, porque, na prática, não é bem assim, especialmente quando se observam os contracheques de muitos que prestam serviços à prefeitura de Porto Velho.
Não tenho procuração para defender Cassol. Nem ele precisa. Há muita gente competente para realizar essa tarefa, dentro e fora da ALE, inclusive nas hostes do Partido dos Trabalhadores. Tome-se, como exemplo, o deputado petista Ribamar Araújo, que não foi sequer admoestado pelo presidente Tácito, quanto mais punido.
Agora, o que se não pode negar é que Cassol marcou um gol de placa no caso Bom Futuro, deixando os petistas para trás, comendo poeira, principalmente a senadora Fátima Cleide, e os deputados federais Eduardo Valverde e Anselmo de Jesus, além do prefeito de Porto Velho, Roberto “Lento” Sobrinho. E isso, evidentemente, mexeu com o egocentrismo delirante do petismo.
Ao contrário de Sobrinho, que se tem revelado um administrador tímido e vacilante, Cassol não titubeia entre dizer o que pensa e se acovardar. O estilo é do próprio homem, já disse o famoso escritor e naturalista francês Georges-Louis Leclerc, mais conhecido pelo seu título nobiliárquico de Conde de Buffon.
Cassol tem o seu estilo de ser, de agir e de governar, com o qual poucos não concordam, mas que muitos aprovam, tanto que o reconduziram ao governo do estado, e, se brincar, ele acabará ocupando uma cadeira no Senado, deixando Fátima Cleide na rua da amargura, para desespero do petismo, já que a outra vaga será ocupada por Raupp.