quinta-feira, 18 de junho de 2009

Redução do IPI não é motivo para compra de veículo

Redução do IPI, promoções, feirões de fábrica. As promoções são tanta que quase todos concordam que chegou a hora de comprar um veículo, correto? Não, essa decisão dependerá de uma analise mais apurada de suas finanças, pois a compra consciente de um veículo só acontece se a pessoa tiver uma real idéia de sua situação financeira e se esse veículo não será o causador de futuras dívidas.

O maior problema é que a maioria das pessoas que decide comprar um veículo só pensa no custo da compra e esquece que o novo bem adquirido trará gastos que não são somados ao orçamento financeiro mensal.

Exemplos desses gastos são combustível, manutenção, IPVA, licenciamento, seguro e possíveis multas. Fora isso, eu sempre separo os prováveis compradores em três situações financeiras, que são: os endividados, os equilibrados e os investidores. Cada um desses grupos deve tratar a compra de um automóvel de formas distintas.

O consumidor endividado não deve nem pensar em comprar um veículo nesse momento, a prioridade deve ser sair das dívidas, assim, um custo a mais em seu orçamento mensal é praticamente assinar o “certificado de falência financeira”. Ele deve nesse momento resolver as dívidas, reduzindo gastos desnecessários e, caso tenha o sonho de ter um veículo, planejar em médio ou longo prazo. Com isso, além de acabar com as dívidas, terá feito uma boa reserva, onde sobrará o suficiente para a manutenção do veiculo.

Os equilibrados financeiramente são os que mais preocupam, pois, por não possuírem dívidas pensam que essa é hora de “investir” em um novo automóvel (ou trocar o que já possui), seduzidos pelo marketing publicitário. O consumidor com isso não percebe que as promoções e parcelamentos muitas vezes dobram o valor do veículo, e que quando acabarem de pagar a desvalorização será muito grande.

Esse grupo deve ter em mente que é necessário quitar esse bem a vista. O equilíbrio financeiro é uma zona conforto, gerando risco de um descuido alterar toda a situação financeira. Assim, para realizar o sonho de um carro, aconselho a elaboração de um diagnóstico financeiro.

Para os investidores é o momento de análise, tendo que refletir se é realmente necessário um novo veículo, se for e tiver dinheiro para compra a vista, essa é uma boa hora. Se faltar alguma quantia que terá que financiar, é melhor guardar mais até que compre a vista.

Caso a pessoa já possua um veículo e queira outro, terá que refletir quais as vantagens de um novo carro e se os gastos de dois veículos não são arriscados. Um veículo não é investimento, em função de sua rápida desvalorização. Por isso, o consumo desse bem deve estar associado a reais necessidades e não a impulsos consumistas.

Atualmente, é fundamental reforçar que o consumo consciente hoje passou a ser uma obrigação, não só em função do dinheiro, mas também em relação à sociedade e ao meio ambiente. Assim, por mais que seja prazeroso possuir um veículo, esse não deve refletir em uma dívida, que transformará o sonho em um pesadelo.

Reinaldo Domingos - Educador e Terapeuta financeiro. Também é autor do livro “Terapia Financeira” - (Editora Gente), e criador da Metodologia DiSOP – Educação Financeira - Presidente do DiSOP Instituto de Educação Financeira – (www.disop.com.br).

DiSOP – Instituto de Educação Financeira
Assessoria de Imprensa
Jornalista: Paulo Fabrício Ucelli